Olá queridos, como estão?
Com saudades da minha coluna?
Peço desculpas pela demora para postar, mas estou de volta. Finalmente!
Espero que estejam curtindo a minha coluna; qualquer sugestão, por favor, não deixem de comentar...
Estou aqui para satisfazê-los.
Bom, aqui vai mais um capítulo de Teardrops on My Guitar
Boa leitura.
Luisa (colunista)
CAPITULO III
Tá melhor?
Meu celular vibrou, chamando
minha atenção para a mensagem de Renan que eu havia acabado de receber.
Estiquei meu braço monotonamente em direção ao criado-mudo, onde ele estava. De
fato, estava melhor do que duas horas antes, quando ele me deixara na porta de
casa, mas não me sentia bem, meu coração ainda estava em pedaços, tirando-me
qualquer vontade de responder aquela mensagem.
Coloquei o celular de volta no
criado-mudo e virei-me para o outro lado da cama, tentando esquecer a imagem
que me vinha a cabeça. Por que eu não conseguia esquecer aquela cena? Quanto
tempo eu ainda seria obrigada a ver aquele beijo diante de meus olhos? Era
muita tortura para uma pessoa só, e eu não merecia tamanho sofrimento.
As lágrimas corriam pelo meu
rosto, desesperadamente, era como se elas tentassem fugir de mim, fugir da
minha mente, fugir da razão pela qual elas eram derramadas. Tentei secar meu
rosto, inutilmente; as lágrimas continuavam a cair. O gosto salgado das
lágrimas continuava em minha boca.
Fechei meus olhos, procurando consolo
na escuridão, mas eu ainda o via beijando a garota loira tão perfeitamente que
parecia que eu estava de olhos abertos, que eu estava revivendo aquela cena.
Abri os olhos novamente e corri meus olhos pelo meu quarto, tentando encontrar
algo que desviasse minha atenção, mas a imagem daquela lembrança estava tão
presa a minha mente que tudo que eu via era aquele beijo. Fechei e abri os
olhos repetidamente, tentando vencer minha mente pelo cansaço. No fim de tudo,
o cansaço saiu vitorioso e eu dormi.
~~*
Se antes eu queria que a semana
passasse rápido para que eu pudesse ver Bruno, depois daquela situação, os dias
voavam enquanto eu implorava que eles fossem mais compridos. Estava com medo de
encará-lo novamente, não sabia como eu reagiria ao olhá-lo; uma semana não era
tempo o suficiente para apagar algo como o que eu sentia.
A caminho do conservatório, eu
sabia que eu não aguentaria muito tempo diante dele, diante daquela frieza com
que ele tinha me tratado na semana anterior. Sabia que bastariam dez minutos,
ou menos, para que eu despencasse em lágrimas. Jurei para mim mesma, no
entanto, que encontraria em meu interior toda a minha força de vontade e que
não choraria na frente dele, nunca! Eu sorriria sempre, ele não podia saber dos
meus sentimentos.
Minha força interior, no entanto,
não era grande o suficiente para isso: ao vê-lo se aproximar de mim, meu
coração deu uma pequena palpitada e eu sabia que não aguentaria aqueles
quarenta e cinco minutos, seria uma tortura para mim. As lágrimas estavam quase
saindo dos meus olhos quando ele parou a minha frente e abriu aquele enorme
sorriso que eu tanto amava.
O sorriso de Bruno era como o Sol
para mim; o calor daquele sorriso foi o suficiente para secar minhas lágrimas.
Se ele sorrisse para mim daquele jeito, pelo menos uma vez por semana, eu nunca
mais teria um motivo sequer para derramar uma lágrima. Soa obsessivo, mas era
exatamente assim que eu estava; obcecada por ele.
-Tudo bem? – ele perguntou, me
guiando para a sala. Era óbvio, para mim, que estava tudo perfeito. Como
poderia estar diferente, se eu estava diante daquele sorriso maravilhoso.
Sorria novamente para mim, meu anjo.
-Tudo normal. – minha voz não me
entregou uma vez na vida. A calma em meu tom de voz em nada se parecia com a
confusão que havia dentro de mim.
Bruno me deu passagem ao abrir a
porta da sala e entrou depois de mim, fechando a porta atrás de si. Enquanto
ele abria a janela, eu coloquei meu material no chão e comecei a procurar o que
usaríamos durante a aula.
-Achei que você estava chorando
agora pouco. – ele disse, virando-se para mim, ainda do lado da janela, um
pouco distante de mim. Eu não o olhava, mas sentia seu olhar em minha nuca. Seu
tom de voz parecia preocupado. – Aliás, você parecia estar chorando semana
passada também, quando você foi embora. – eu escutei seus passos em minha
direção. Bruno passou ao meu lado antes de sentar na cadeira a minha frente. Eu
olhava para os papéis em minha mão, tentando ao máximo ignorar sua presença.
Por que ele tinha que tocar naquele assunto? Ele podia simplesmente sorrir, não
podia? Bruno só precisava sorrir, e nada mais importaria. – Está tudo bem?
-Meus olhos ficam um pouco
inchados quando estou cansada. – eu disse, levantando a cabeça e coçando um
pouco o olho. Minha encenação podia não ser das melhores, mas eu não estava
mentindo, meus olhos realmente ficavam inchados, não que na semana anterior
fosse o cansaço a causa de tal; ele não sabia disso, por isso deu de ombros,
acreditando em minhas palavras.
Ele me observava enquanto eu procurava
os papéis certos, eu sentia aquele olhar intrigante dele me atravessando. Tal
sensação me agoniava; desesperada, tirei o violão de dentro da capa e entreguei
em sua mão. Por alguns instantes, pelo mesmo, a atenção dele estaria em outra
coisa.
Continuei passando folha por
folha enquanto escutava-o afinar meu violão. Eu me forçava a não olhá-lo; ele
ficava incrivelmente sedutor enquanto afinava, mas eu não podia olhá-lo. Vê-lo
daquela forma iria me machucar por dentro.
Bruno terminou de afinar o violão
assim que eu encontrei as folhas que precisava, pareceu até cena de cinema, com
todos os movimentos sincronizados. Sincronizados sim, mas não ensaiados o
suficiente; enquanto ele me passava o violão, eu lhe entregava as folhas
certas. Movimentar as duas mãos para duas coisas diferentes confundiu a ambos,
o que levou todas as folhas que estavam em minha mão ao chão.
Após apoiar o violão na parede,
agachei em frente a cadeira para recolher as folhas caídas. Bruno fez o mesmo e
em meio ao movimento de pegar as folhas, senti a mão dele tocando na minha. Ele
demorou alguns instantes para perceber, mas assim que senti o calor da mão dele
passando para a minha, que estava fria até então, eu sabia o que estava me
tocando.
Meu coração assustou-se com isso,
começando a bater mais rápido. Senti meu rosto arder, eu estava corando. Bruno
me olhava, como se percebesse que meu rosto estava ficando avermelhado.
-Está calor aqui dentro, não? –
eu disse, tentando enganá-lo. Soltei os papéis que tinha em minha mão e tirei-a
de baixo da dele, torcendo que isso acalmasse meu pequeno coração. Levantei-me
quieta e sentei em minha cadeira, esperando que ele acreditasse. Ainda
agachado, Bruno soltou uma pequena risada, como se soubesse que eu estava
mentindo.
-Quer que eu ligue o ventilador?
– ele perguntou levantando a cabeça em minha direção. O sorriso sarcástico em
seus lábios me assustou a princípio, mas se eu queria que ele acreditasse em
minhas palavras, não podia me afetar com aquilo.
-Melhor não, se não as folhas vão
voar. – e eu ficaria com frio. Mas ele não precisava saber que eu não estava
sentindo calor de verdade. Na verdade, eu estava com calor, mas não seria o
ventilador a resfriar o meu coração. Bruno balançou a cabeça, rindo baixo;
levantou-se, se sentou na cadeira a minha frente e colocou as folhas que tinha
em sua mão na estante.
-Onde paramos na última aula? –
ele perguntou, indicando com a cabeça que eu pegasse o violão.
~~*
I'm not like the rest
I just don't care if
you're the best
You see it's all the
same to me
You just be who you
wanna be
It's all the same to
me
Oh don't get me wrong
You better make your
move
Before the moment's
gone
Tell me
If I cut my hair, if I
change my clothes will you notice me
If I bite my lip, if I
say hello will you notice me?
If I cut my hair, if I
change my clothes will you notice me
If I bite my lip, if I
say hello will you notice me
I want you to notice
me
-Muito melhor agora. Eu disse que
é só se concentrar, que você acerta tudo. – como eu gostaria de ser elogiada
por ele sempre, pois além de escutar sua doce voz dizendo o quão boa eu era,
ainda tinha como prêmio aquela visão do paraíso: o sorriso dele. Bruno era, em
uma palavra, apaixonante. Apaixonante?
Foi só então que eu percebi que
tinha alguma coisa errada. Onde estava o Bruno frio, distante e sarcástico das
semanas anteriores? Não que ele estivesse menos distante do que de costume, mas
obviamente estava mais doce.
Por mais que eu gostasse desse
Bruno, algo me parecia estranho; lá no fundo eu sabia que algo estava errado.
Mas, no fim, nada importava enquanto eu tivesse aquele sorriso. Bruno estava
dentro de mim de uma forma incontrolável. Eu estava completamente apaixonada
por ele; totalmente cega por ele.
Meu desespero por ele era tão
forte que eu passava dias e dias tocando violão para senti-lo mais perto de
mim; ele estava em cada acorde, em cada melodia, em cada letra. Bruno estava
marcado em mim.
Minha expressão devia estar muito
engraçada, pois Bruno reparou que eu o fitava e me observou por um instante,
começando a rir logo após nossos olhos se encontrarem. O som de sua risada me
fez acordar do transe. Confusa, eu perguntei por que ele estava rindo, enquanto
me ajeitava na cadeira; odiava o efeito que ele tinha sobre mim.
-Você está muito distraída.
Aconteceu alguma coisa? – o tom de voz de Bruno parecia preocupado, como se ele
temesse algo, como se minha atitude perto dele revelasse algo que ele não
gostasse, algo que ele não queria que acontecesse. Poderia ele já saber dos
meus sentimentos? Por mais que eu sempre cedesse diante do poder que ele tinha
sobre mim, sempre fora o mais discreta possível; em momento nenhum eu deixava
que meus sentimentos transparecessem... não totalmente.
-Não, eu só estou... – comecei ao
desviar o olhar dele; mas ver sua mão direita me impediu de continuar: ele
estava de aliança de novo. Por pouco, lágrimas não escaparam dos meus olhos;
precisei de muita força para lutar contra minha vontade. Meu desejo era aquele,
chorar até que todo meu corpo se derretesse em lágrimas.
Ver aquela aliança novamente
destruiu os pedaços que ainda restavam do meu coração; foi então naquele
momento que eu entendi o que há meses me forçava a ignorar: ele nunca seria
meu.
~~*
Os dias passavam com uma
velocidade enorme diante de meus olhos que eu sentia como se me encontrasse com
Bruno todos os dias, e isso me matava por dentro; ter que encarar seus olhos,
permanecer no mesmo lugar que ele, escutar sua voz era uma tortura para mim.
Prometera a mim mesma que não
choraria, mas toda a força que eu gastava nessa tentativa era em vão; era
apenas me afastar do olhar dele que a máscara que eu levava em meu rosto se
desfazia em lágrimas.
Sua presença era uma tortura para
mim, assim como sua ausência. O que mais me doía era nem passava pela cabeça
dele a existência desse meu sofrimento. Ele apenas sorria, me matando os
poucos, sem saber o que se passava por dentro de mim quando eu sorria de volta,
forçadamente. Ele nunca saberia da minha aflição ou sequer desse sentimento que
então era minha angústia.
Minhas horas vagas eram dividas
entre as lágrimas e o violão; uma coisa me levava a outra. Tocar violão me
lembrava Bruno; lembrar dele trazia as lágrimas ao meu rosto; chorar me
angustiava o peito; para relaxar eu tocada violão. Era um ciclo vicioso do qual
eu não encontrava um meio de me libertar.
~~*
-Você está linda. – Renan disse
quando cheguei ao conservatório. Linda... Quem dera esse fosse um dos adjetivos
certos para me descrever. Ele andou meio sem jeito em minha direção a fim de me
cumprimentar.
O calor do abraço de Renan era a
única coisa boa na minha vida naquele momento; se por um lado eu ficava
desesperada ao saber que teria que ver Bruno, por outro, encontrar Renan me
dava força para segurar minhas lágrimas dentro de mim por um tempo a mais.
Chorar na frente dele mais uma vez estava fora de cogitação.
-O Bruno está lá trás. – algo no
tom da voz de Renan sempre soava estranho quando ele falava de meu professor,
como se algo não estivesse bem entre eles. – Boa aula. – ele disse frio,
deixando-me partir na direção que ele falara.
Enquanto caminhava, me perguntei
se a menção de Bruno tinha mudado algo em minha expressão para a mudança
drástica de humor do outro. Poderia ele saber o que eu realmente sentia?
-Alana. – eu escutei alguém atrás
de mim. Eu conhecia aquela doce voz, infelizmente. Respirei fundo antes de
olhá-lo, preparando-me para a dor que viria. E ali estava ele, em frente a
porta da sala que eu havia acabado de passar, lindo como sempre... Ou como
nunca. Havia algo de diferente nele naquele dia; ele estava tão
perfeitamente... Perfeito. Meu cérebro não conseguia encontrar as palavras
certas para descrevê-lo.
Ele me deu passagem para entrar
na sala e se sentou na minha frente, como seu fazia. Seu sorriso estava leve,
como todo seu espírito. Algo emanava de dentro dele e preenchia a sala de uma
forma que eu não sentia nenhuma tristeza perto dele. Eu estava bem ao seu lado.
-Sabe o que eu descobri hoje? –
ele disse, enquanto eu terminava de arrumar meu material. Respondi que não, sem
me interessar muito pelo que ele diria a seguir. Nada do que ele dissesse
poderia ser muito importante; a não ser que a descoberta tivesse a ver sobre
meus sentimentos. A idéia de ele saber o que eu sentia fez-me dar um pulo,
assustando-o. – O que foi?
Eu sentei novamente,
envergonhada. Podia sentir meu rosto queimando. Tentei não olhar diretamente
nos olhos de Bruno, ou me sentiria pior. Ele se aproximou de mim com a cadeira,
como se fosse me contar um segredo.
-Quer dizer então que semana que
vem é seu aniversário de dezoito anos? – ele perguntou como se tivesse segundas
intenções por trás de tal pergunta; eu ainda não o olhava nos olhos, não sabia
dizer se ele me fitava ou não. Na verdade, meu olhar estava preso aquela
maldita aliança que ele carregava no dedo.
De fato, semanas já haviam se
passado desde aquele infortuno dia que eu conhecera a namorada de Bruno; e
desde então, nem requer rastro dele eu vira, mas ainda sim, a aliança estava
lá, me machucando.
Respirei fundo. Não podia
deixá-lo falando sozinho; precisava dar a outra face, mostrar o quanto eu era
forte. Ele nunca saberia o quanto algo tão pequeno podia me fazer mal.
-Finalmente. – falei ao levantar
meu rosto, abrindo o meu melhor sorriso e fitando-o nos olhos.
-Pediu um carro? – Bruno desviou
o olhar de mim, intimidado. Eu não respondi, apenas dei uma leve risada,
pensativa. – O que você pediu de presente então?
-De presente? – eu pensei. O
presente que eu queria, no entanto, ninguém poderia me dar, a não ser o próprio
Bruno.
~~*
[@xlloops]
Luisa Lopes
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