Olá novamente leitores.
Mais uma vez, trouxe um conto da série Estrelas Cadentes.
Esse conto é sequência do que eu trouxe semana passada, o "O MELHOR PRESENTE"
Boa leitura.
"O MELHOR PRESENTE" - Parte II
Bruno me acompanhou até em casa
depois do meu passeio de aniversário organizado por ele. Durante todo o
caminho, ele se mostrou aquele garoto que eu conheço desde pequena, o que adora
me irritar e me criticar. Mas eu já não me importava mais com os insultos que
saíssem daquela boca. O dia que o garoto me proporcionara foi o suficiente para
colocá-lo em um patamar que suas atitudes não conseguiriam rebaixar.
-Muito obrigada por hoje. – eu
disse, já em frente de casa. – Tenha certeza que esse dia foi inesquecível.
-Fico feliz que tenha gostado. –
havia algo no olhar de Bruno, ele estava me escondendo algo. O que ele estava
tramando. Será que era mais alguma brincadeira? Será que todo o passeio fazia
parte da brincadeira dele? – Você merece. – em seguida, beijou minha bochecha.
De repente, senti meu rosto arder em chamas. Eu estava envergonhada por receber
aquele beijo?
-É ... É melhor eu ... Entrar.
Minha mãe ... deve estar preocupada. – as palavras não saíram direito da minha
boca, minha voz falhou, eu gaguejei, tamanho era o nervosismo que eu sentia por
dentro.
-Posso entrar também? – ele
sorriu, rindo da minha expressão, enquanto se aproximava mais de mim,
aproximando seu rosto do meu. Por que ele conseguia ler minha mente? Será que
ele sabia que eu estava nervosa?
-Pode, mas acho que minha mãe não
está em casa, ela ainda não ligou. – eu não sabia exatamente o que dizer. Eu
queria me livrar dele, mas seu olhar não me deixava mandá-lo embora. Decidida,
abri a porta e entrei em casa, seguida de Bruno. A casa estava toda escura,
nenhuma luz ligada; realmente minha mãe não estava em casa. Por instinto, me
encaminhei para a sala de estar, para procurá-la; ela poderia estar dormindo em
frente a televisão. Ao acender a luz da sala, no entanto, fui pega de surpresa:
não era apenas minha mãe que estava ali, mas também todos os meus amigos da
escola, todos aqueles fingidos que me ignoraram o dia todo.
-SURPRESA! – eles gritaram ao me
ver. E eu realmente estava surpresa, não esperava nada daquele tipo. Aquele dia
todo estava cheio de surpresas. Minha mãe foi a primeira a me abraçar.
-Feliz aniversário, filha. – ela
disse. – Está feliz? – não consegui responder, lágrimas escorriam pelos meus
olhos. – Que bom que gostou, foi difícil manter em segredo, mas foi mais difícil
ainda de organizar tudo. Se divertiu com o Bruno?
-Bastante. – foi tudo que eu
consegui dizer.
-Divirta-se, não vou te
monopolizar. Na verdade, vou pegar a comida.
Ver minha casa tão cheia me
lembrou todos os meus aniversários de quando era criança, todas as lembranças
boas que eu tinha dos meus aniversários, as brincadeiras, as conversas, as
companhias. Principalmente as companhias.
Fui parabenizada por todos e cada
um dos meus colegas de escola, todos meus amigos estavam presentes. Minha
família também estava toda lá, meus primos, minhas tias, todos. Até os meus
amigos que não eram da escola também estavam lá. E estar rodeada de tantas
pessoas de quem eu gostava me fez sentir-me bem, sentir-me... Amada.
-Gostou? – Bruno sentou-se ao meu
lado assim que os outros convidados me liberaram.
-Foi você que organizou tudo, não
foi?
-Já me descobriu? Serei mais
discreto da próxima vez. – então me ofereceu um dos copos que tinha em suas
mãos. Peguei o copo mesmo sem saber o que era, confiava no gosto dele – Suco de
goiaba. – Bruno anunciou enquanto eu bebia.
-Meu favorito. Você nunca erra,
não?
-Você é previsível. – ele disse,
abrindo seu tão conhecido sorriso.
-E você é desprezível. – revirei
os olhos diante do esnobismo do garoto, mas logo abri um sorriso. Bruno merecia
todo carinho que eu pudesse dá-lo, por tudo que ele fizera por mim. – Por que
você fez tanta coisa por mim? – Bruno desviou o olhar de mim e fiquei em
silêncio, observando o copo que tinha em suas mãos. Falei alguma coisa errada?
– Desculpa, deixa quieto.
Eu o observei, tentando
entende-lo. Como ele conseguia me conhecer tão bem, saber do que eu gosto e do
que eu não gosto, saber quando eu estou feliz ou quando estou triste, saber
quando eu quero companhia ou quando não quero, enquanto eu nem sequer sabia
como falar com ele?
Ainda quieto, ele se virou para
mim novamente e nossos olhares se cruzaram. Assim ficamos, quietos. Eu não
sabia o que falar, não sabia o que se passava na cabeça dele. Bruno, portanto,
foi quem quebrou o silêncio.
-Eu amo você Amanda. – ele disse,
olhando em meus olhos.
-O quê? – eu não havia escutado
direito, havia?
-Não sei porque, nem quando ou
como começou, eu só sei que você é a pessoa mais importante pra mim. E eu posso
fingir para o resto do mundo que isso não é verdade, mas eu não consigo mais
mentir pra mim mesmo. Eu gosto de você mais do que achei que chegaria a gostar,
mais do que deveria. Nunca achei, no entanto, que teria alguma chance, na
verdade, nem sequer tinha noção dos meus sentimentos, mas quando você se apaixonou
pelo Gustavo, eu entrei em desespero. Não sabia direito porque e demorei a
entender meus sentimentos. Tentei de todas as formas chamar sua atenção, te
conquistar, mas você estava tão na dele, que nem sequer percebeu. Tentei seguir
em frente quando você começou a namorá-lo, mas ninguém é o suficiente para
tomar seu lugar. Você é a única para mim!
-Eu não sei o que dizer. – meu
coração palpitava rápido. Eu não sabia explicar o que estava sentindo, não
sabia dizer o que se passava na minha cabeça... Eu simplesmente entendia o que
ele estava dizendo como se...
-Não diga nada! – Bruno não
sorria, mas também não estava sério. Ele estava tão... Perfeito! Enquanto
olhava no fundo de meus olhos, Bruno começou a aproximar seu rosto do meu, e eu
sabia o que iria acontecer. Seus lábios estavam tão próximos dos meus e eu já
podia até sentir o cheiro de seu hálito sabor suco de goiaba.
-Amanda. – escutei. Bruno
afastou-se de mim, recompondo-se. Entendendo o que estava acontecendo, olhei na
direção de quem me chamava. – Posso falar com você? – apesar de tão claramente
a pergunta ser dirigida a mim, Gustavo olhava Bruno, desafiadoramente.
-Pode. – algo dentro de mim pedia
para tirar Gustavo de perto de Bruno antes que uma catástrofe acontecesse.
Quando levantei para seguir Guto, no entanto, Bruno segurou meu braço.
-Por que você vai com ele? – sua
expressão era séria, e o motivo era óbvio. Bruno nunca gostara de Gustavo
mesmo.
-Eu volto logo. – disse, abrindo
um sorriso, mas tive um breve pressentimento que algo daria errado naquela
noite.
~~*
Gustavo me puxou até a varanda de
entrada. Quieto, ele sentou no muro na varanda e me observou. Preferi ficar
encostada na parede, de frente a ele; não queria me aproximar muito, Guto
parecia nervoso.
-O que era aquilo com o Bruno? –
ele perguntou, fitando-me. Seu tom de voz provava que ele estava realmente
bravo. – Você não tem vergonha?
-E o que você tem a ver com isso?
– eu não acreditei no que Gustavo havia dito.
-Você acha que pode sair assim,
pegando todo mundo na minha frente?
-Quem você pensa que é? Eu não
tenho mais nada com você! – revoltada, virei as costas para voltar para dentro
de casa e encontrar Bruno, de quem eu não deveria ter saído de perto,
principalmente para conversar com Gustavo. No entanto, não consegui sequer dar
um passo, pois Guto foi mais rápido do que eu; ele desceu do muro e segurou meu
braço.
-Eu sei que não tem. – o tom de
sua voz mudou completamente. – E isso é o que me entristece. Eu ainda te amo,
Amanda. E sinto muito por toda a dor que te causei. Eu te quero de volta.
-Você acha mesmo que você pode
fazer tudo que fez e depois de seis meses pode vir aqui, pedir desculpas e eu
vou correr de volta para os seus braços? Se enxerga! – tentei me soltar dele,
mas Guto me segurou com mais força. – Solta, me solta logo. Por favor, me
solta. – por mais que eu me mexesse, por mais que eu tentasse, eu não conseguia
me libertar, Gustavo era mais forte.
-Eu quero você, Amanda. – ele
sussurrava no meu ouvido. – Pára com isso e tudo vai ficar bem. – a voz de
Gustavo costumava ter um efeito pacificador sobre mim, mas naquele momento
estava apenas me causando mais medo.
-Me so... – eu tentei gritar, mas
minha voz foi abafada pelos lábios de Gustavo. Eu tentei me soltar, mas ele
continuava me beijando; eu não conseguia afastá-lo de mim, não tinha força o
suficiente.
-Amanda... – não era exatamente
isso que eu estava esperando, mas Gustavo me soltou ao escutar Bruno me
chamando.
-Bruno, eu não... – tentei
começar a falar, mas o garoto nem deu bola ao que eu estava falando. Apenas
virou as costas e entrou na casa, sem falar mais nada. Revoltada, dei um tapa
na cara de Gustavo. – Olha o que você fez, seu idiota.
Entrei em casa e procurei Bruno
por todos os cantos, mas ele não estava em lugar nenhum. Perguntei a todos se
ele havia ido embora, mas ninguém soube me dizer. Ele não estava em nenhum
cômodo do andar debaixo, então decidi procurar no andar de cima. Por mais que
eu não entendesse o que realmente se passava pela mente de Bruno, eu sabia que
quando ficava chateado, ele gostava de se isolar do resto do mundo para
refletir.
Corri para meu quarto, algo me
dizia que ele estaria ali. De longe, vi a porta do meu quarto aberta.
Estranhei; nunca deixo a porta aberta. Ao chegar ao meu quarto, vi algo que não
sabia que me doeria tanto ver: Bruno beijava Beatriz.
-O que vocês estão fazendo aqui?
– meu ódio por Beatriz falou mais alto do que meu desapontamento por Bruno.
Ambos se assustaram, mas a expressão de susto logo sumiu do rosto dos dois ao
me verem. – Saiam daqui agora!
-Trouxa. – Beatriz se limitou a
dizer enquanto se encaminhava para fora do meu quarto, seguida por Bruno que
nem sequer olhou para mim ao sair. Fechei a porta atrás de Bruno e deixei meu
corpo escorregar por ela. Por um instante, tive a impressão de escutar a voz de
Bruno através da porta em meio a um pedido de desculpas. Porém, percebi que era
apenas fruto da minha imaginação.
Apesar de todo o barulho do andar
abaixo, eu apenas escutava a batida do meu coração falhando. Estava tentando
entender o que se passava comigo. Por que ficara não deixara Gustavo me beijar?
Por que me preocupara tanto que Bruno me visse com Gustavo. Acima de tudo, por
que doía tanto a imagem de Bruno beijando Beatriz?
-Amanda, deixa eu entrar? – era
Gustavo batendo a porta, tirando-me do meu momento de solidão. Apesar de toda a
raiva que eu sentia, não queria ficar sozinha naquele momento, então abri a
porta para o garoto. Ao me ver sentada no chão, chorando, ele se agachou ao meu
lado. – O que aconteceu? – soltei meu corpo em sua direção e deixei minhas
lágrimas molharem sua calça. Sem saber o que fazer, Gustavo me pegou no colo,
carregando-me até minha cama, e me deitou nela, sentando-se então ao meu lado.
Ele acariciava minha cabeça enquanto eu chorava. Aos poucos minhas lágrimas
foram diminuindo, até que meu rosto finalmente secou.
Ao perceber que eu estava mais
calma, Gustavo deitou ao meu lado na cama e me abraçou como costumava fazer
quando namorávamos. E foi no calor dos braços dele que eu adormeci.
@seasonsx
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