25 abril 2011

Contos #3 Um Breve Conto de Amor

Postado por Luisa Ortega às segunda-feira, abril 25, 2011
Um Breve Conto de Amor 

Logo, então, senti que eu perdia o ar, mas ao mesmo tempo me senti mais vivo do que nunca antes pude sentir. Aliás, meu coração agora não apenas batia, era como se dentro de mim houvesse uma caixa de som em sua potência máxima, ligada pulsando intensamente. Passei praticamente a minha vida inteira achando que quando este momento chegasse eu simplesmente saberia. Ah, ledo engano. Não é uma questão de saber, mas sim de simplesmente NÃO saber. Não saber onde está o chão, o ar, o folego, as palavras, a força, a extroversão, a realidade, a capacidade, mas principalmente... O coração. Reparar que não é apena sum momento. De fato não é um momento, é sim uma loucura. Mesmo porque, sei que jamais sentirei tudo como desta vez.

E se eu achasse alguma maneira de, ao olhar em seus olhos não ver meus desejos, minhas vontades, talvez insanidades se pensar bem... Não... Por quê? Insanidade seria não pensar, não olhar, não sentir seu toque de forma fantasiosa ao fechar meus olhos, isso sim seria insanidade.

É necessário confessar que não quero simplesmente fechar os olhos para ser o dono da minha verdade, tampouco ser dono. Mas se esse é o pássaro que tenho em mãos, não posso deixar que ele se despeça sem ao menos sentir um pouco de sua vida. E ao mesmo tempo que eu preciso parar de ter o ar como uma tela e você como a arte, preciso parar de querer repreender minha necessidade de você.

Sempre odiei a noite por tornar minha cabeça um misto, sem controle, de pensamentos. 

Talvez existisse algum lado bom, se esse fosse o seu lado. Afinal, não há como negar que essa é minha única e maior vontade predominante nesta caixa de som que há em meu peito.

Então, escondido de sua ciência, fecho meus olhos. Imagino suas mãos, suas pequeninas mãos. 

Seu corpo inteiro, então, aparece como mágica em minha mente. Ah, como você é linda. 

Vagarosamente levanto meus olhos até a altura dos seus, e logo paro. Minutos se passam e eu sinto que não preciso piscar. Não me arriscaria a perder todo esse tempo. E fundo meus olhos vão. Penetrando o brilho dos seus, como se eu quisesse observar além de cada célula. Após alguns minutos vejo um sorriso se formar em sua boca. Seus lábios... Então sinto um desejo enorme nascer dentro de mim e que vai aumentando, aumentando... É algo quase que incontrolável. Infelizmente não é possível imaginar dentro de sua própria imaginação. Ou é? 

Bem, imaginar não era bem o que eu queria naquele instante.

Hipnotizado. É exatamente assim que me sinto nesse instante.

Sua mão direita se eleva até meu ombro e percebo você se firmando na ponta dos pés para alcançar meus ouvidos. Minha cabeça se inclina ao lado direito de seu pescoço, permitindo assim, que você falasse. Aos poucos o aroma do seu corpo me extasia. A pele clara e lisa de seu pescoço... Acompanho seu aroma até perto de seu ouvido. Não é preciso inalar demais para sentir o quão doce você é. Parece até que seu corpo sabe o que eu preciso. Céus, sua voz. 

Senti-me arrepiar ao perceber seus lábios se movimentando próximos ao meu ouvido, como se estivesse dizendo algo. Queria ouvi-la... Queria muito ouvi-la. Minhas mãos seguram sua cintura enquanto seus braços abraçam meus ombros por trás. O perfume de sua pele ainda me deixa anestesiado. Aos poucos começamos a nos movimentar. Com os pés firmes no mesmo ponto, nosso corpo vai de um lado para o outro, como se estivéssemos sob o som de uma música.  Porém a única música que ouço nesse instante é meu coração pulsando forte e alto. Seguro forte sua cintura, e procuro não perceber mais nada. Sinto como se horas estivessem se passando, e continuamos da mesma maneira. Sentindo sua respiração em meu ouvido e seu perfume penetrando minhas narinas. De repente, você se afasta, mas ainda me segurando, volta a olhar em meus olhos e sorrir. Meu Deus, que sorriso lindo...

Nesse momento eu sei exatamente o que fazer, apesar de ao mesmo tempo não saber. É estranho, pois não sinto mais o chão, não consigo respirar e estou perdendo o folego; não sei o que dizer, minhas mãos tremem e sinto meu rosto se tingir avermelhadamente; não sei dizer mais o que, além de nós, é real e sinto uma leve pontada de medo nascer. Tudo ao mesmo tempo. Porém, no minuto em que sinto que meu coração parou... Eu abro os olhos. Não me perdoaria se eu tentasse imaginar o toque de seus lábios, o sabor de sua língua, e a leveza de suas carícias, pois... Eu confesso: Não quero imaginar. Não apenas imaginar, muito menos antes de ser realidade. Mas sei que eu poderia, nesse instante, continuar de olhos fechados por muito tempo.

E sem você saber, pensei em você, muito embora minha vontade seja gritar para os anjos, meus sentimentos.

Todos os meus desejos, quereres e vontades, sem você saber, são você. Sempre achei que eu iria saber antes de acontecer, mas sem você saber, você veio para me fazer entender, ou simplesmente perceber.

Então mais uma vez eu fecho meus olhos.

 

Por Minoda
 

2 comentários:

Juh Sutti disse...

Amei esse conto, foi o que mais gostei dos publicados até agora. Sou romântica rs...
beijooos
Livros e blablablá

F&R disse...

Adorei!!!

http://conversandocomdragoes.blogspot.com/

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